sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A matemática da vida


Sempre amei as letras. Esforçava-me para fazê-las bordadíssimas. Já os números, por mais que me esforçasse, sempre saíam feios, tortos. Até tentava decorar fórmulas para resolver problemas matemáticos, mas a discalculia persistia em ser "uma pedra no meio do (meu) caminho".
Mesmo diante da perceptível aversão e desafeto que eu possuía (e ainda possuo) à matemática, o pouco que eu internalizei foi o suficiente para eu aprender uma simples fórmula:
"Overdose de saudade=overdose de carinho multiplicado pelo amor elevado a enésima potência"
É incrível o poder que a saudade tem de nos certificar cada vez mais de um sentimento que nutrimos e nos esforçamos todos os dias para cultivar. 
Estar ao lado de quem se ama funciona como um remédio tarja preta: alivia e é essencial. É aí que conseguimos perceber que a falta é benigna e que a saudade é o combustível que move o amor. 
Sentir um abraço, um beijo, palavras verdadeiras, o cheiro de quem amamos, ficar perto...não há nada mais especial. Não falo só dos relacionamentos conjugais, mas das relações humanas em geral. É, as relações que cultivamos, que construímos ao longo de nossas existências e aquelas às quais já somos predestinados.
Fecho os olhos embaixo do chuveiro e tento listar as pessoas que conheço (sem fazer escala de preferências) e chego à conclusão de que isso é impossível. É a nossa personalidade que nos faz conquistar (ou não) as pessoas. São os nossos gestos, as nossas atitudes ( por mais ousadas ou mais simples que sejam). E é exatamente pelo mesmo motivo que construímos relações e que ao nos afastarmos, sentimos tanta falta.
Desta feita, finalizo afirmando que amor não se divide, se multiplica. E, quando surge, é para que possamos somar.
Portanto, viva uma eterna matemática: sinta saudades, ame!