quarta-feira, 16 de maio de 2012

Crônica argumentativa-8º ano


“De notícia e não notícias se faz a crônica”, afirmava o poeta e cronista Carlos Drummond de Andrade. E quando nenhum assunto ocorre à mente do cronista? O jeito é transformar a falta de assunto em assunto...
Muitos cronistas já se queixaram em suas crônicas da falta de assunto, do famoso “branco” que os acomete, certamente consequência do fato de a maioria das crônicas ser uma obrigação semanal que seus autores devem cumprir e, portanto, não podem deixar para escrever em momento de inspiração. A arte do cronista, então, passa a consistir emm fazer do seu problema uma solução: dando “branco”, escreve-se sobre o “branco”.
Conforme vimos, a crônica é um texto geralmente curto que apresenta a visão pessoal do cronista sobre um fato colhido no noticiário de jornais ou revistas ou no cotidiano. 
Diferentemente das crônicas narrativas ficcionais, a crônica argumentativa não se limita a narrar um fato de modo particular. Ela vai além, pois nela o cronista expõe seu ponto de vista sobre o assunto.
A crônica argumentativa é aquela na qual o objetivo maior do cronista é relatar um ponto de vista diferente do que a maioria consegue enxergar. 

Ele, usufruindo-se do bom humor mesclado a toque sutil de ironia, aposta no intento de fazer com que as pessoas vejam por outra “face” aquilo que parece óbvio demais para ser observado. 
Seu caráter discursivo gira em tono de uma realidade social, política ou cultural, onde esta realidade é verbalizada em forma de protesto ou de argumentação, quase sempre envolta por um tom até mesmo sarcástico, no intento de criticar as mazelas advindas da esfera social. 
Essa mesma realidade é avaliada pelo autor da crônica e uma opinião é gerada, quase sempre com um tom de protesto ou de argumentação. Esse tipo de crônica pode ser simplesmente argumentativa, e dispensar o uso da narração. É possível que percam-se assim, elementos típicos do gênero como personagens, tempo, espaço.
Sendo assim, podemos identificar duas maneiras de se produzir uma crônica: a primeira é a narrativa, que como já foi dito, conta um fato do cotidiano, utilizando-se de personagens, enredo, espaço, tempo, etc. A outra maneira é a crônica dos textos jornalísticos, é uma forma mais moderna do gênero, e, ao contrário da outra, não narra e sim disserta, defende ou mostra um ponto de vista diferente do que a maioria enxerga.
As semelhanças entre as duas são justamente o caráter social crítico, abordando sempre uma maneira de enxergar a realidade, e o tom humorístico, irônico ou até mesmo sarcástico. Podem se utilizar, para esse objetivo, de “personagens tipo”, da sociedade que criticam.
CARACTERÍSTICAS DA CRÔNICA ARGUMENTATIVA
 Tipo de gênero textual que reúne características de crônica e de texto argumentativo;
 Apresentação do assunto ou controvérsia a ser discutida, normalmente, no início do texto;
 Posicionamento do cronista sobre o assunto em questão;
 Exposição de argumentos que fundamentam o ponto de vista do autor;
 Conclusão surpreendente, criativa, ou conclusão-síntese, que retoma as ideias do texto e confirma o ponto de vista defendido;
 Tratamento subjetivo do tema, deixando perpassar a sensibilidade e as emoções do cronista;
 Linguagem criativa e figurada, geralmente de acordo com o padrão culto informal da língua.

Características de alguns cronistas-8º ano


Uma característica marcante na crônica é que ela apresenta uma estrutura livre. Por isso mesmo tende ao hibridismo de gênero. Segundo Bender e Laurito (em A crônica: história, teoria e prática, Editora Scipione), Cecília Meireles tem a tendência à poesia a ao misticismo; Drummond, às reflexões (textos de estrutura livre, estrutura poética, diálogos); Luis Fernando Veríssimo, Stanislaw Ponte Preta e Millôr Fernandes ao humor; Paulo Mendes Campos à prosa poética; Rachel de Queiroz, ao social e Clarice Lispector ao existencial, enquanto que Rubem Braga faz transcender o fato miúdo.



Poema e poema visual

O poema

Poema é um gênero textual que se constroi não apenas de sentimentos, mas também por meio do emprego do verso e de seus recursos musicais- a sonoridade e o ritmo das palavras- e de palavras no sentido figurado, conotativo.
A musicalidade que caracteriza os textos poéticos é  resultado da utilização de recursos presentes na poesia de todos os tempos, tais como a métrica, o ritmo, a rima, a aliteração e a assonância.









VERSO

Sucessão de sílabas ou fonemas que formam uma unidade rítmica e melódica, correspondente a uma linha do poema.
ESTROFE
É um agrupamento de versos
AS ESTROFES PODEM SER CLASSIFICADAS DE ACORDO COM O NÚMERO DE VERSOS. OBSERVE COMO SE CHAMA CADA ESTROFE:
Dísticos:Estrofes com dois versos;
Tercetos: Estrofes com três versos;
Quadra ou quartetos: Estrofes com quatro versos;
Quintilhas: Estrofes com cinco versos;
Sextetos:Estrofes com seis versos;
Sétima: Estrofes com sete versos;
Oitava: Oito veros;
Nona: nove versos;
Décima: dez versos.
AS FORMAS FIXAS
Uma das composições de forma fixa mais conhecida é o soneto, em que os versos são agrupados em dois quartetos e dois tercetos.
Outros poemas de forma fixa são:
Balada: Três oitavas e um quarteto;
Vilancete: Um terceto e outras duas estrofes de qualquer número de versos;
Rondó: Apenas quartetos ou quartetos combinados com oitavas;
Haicai- poema de origem japonesa. Constituído por uma estrofe de três versos, com 17 sílabas poéticas, distribuídos deste modo: 5 sílabas/7 sílabas/5 sílabas (respectivamente).
Vem cá, passarinho
E vamos brincar nós dois
Que não temos ninho.
Yataro Kobayashi
MÉTRICA
Medida dos versos; a divisão de sílabas poéticas que é feita diferentemente do modo gramatical.
Observe o verso:
“Mi/nha/ des/gra/ça, ó /cân/di/da/ don/ze/la,
O/ que/ faz /que o /meu/ pei/to a/ssim/ blas/fe/ma”
10 sílabas poéticas
Obs: A última sílaba tônica gramatical do verso é a última sílaba poética.
De acordo com o número de sílabas poéticas, os versos recebem os seguintes nomes:
Monossílabo:
Dissílabo;
Trissílabo;
Redondilha menor;
Redondilha maior;
Octassílabo;
Decassílabo;
Alexandrino
RITMO E RIMA
RITMO: Combinação de acentuações das palavras, de forma a dar melodia;
RIMA:Recurso musical baseado na semelhança sonora das palavras no final ou no meio de cada verso.
ENFIM...O POEMA VISUAL
Poesia visual pretende ser um tipo de poesia em que, abolindo-se certas distinções entre os gêneros como poesia, teatro, música, dança, pintura, escultura e outros, o texto, as imagens e os símbolos estão distribuídos de forma que o elemento visual pode assumir a principal função organizacional da obra, não dependendo da existência de símbolos de escrita para sua caracterização como poesia, embora não os excluindo.
A poesia visual é "uma tentativa de romper com a ditadura da forma discursiva do poema, de vencer o domínio da gramática ou mesmo de superar a construção prosística na poesia".
COMO SURGIU?
Por volta da década de 1950, surgiu o movimento artístico denominado Modernismo, que abrangia todas as artes, principalmente Plásticas e Literárias.
O Modernismo veio romper com as expectativas, com os paradigmas de que a Arte deve ser o tempo todo certinha.
Com isso, surgem as Vanguardas Européias, que era como se chamava cada vertente do Modernismo. Uma dessas vanguardas era o Cubismo que valorizava a forma, em vez da ordem e o Concretismo, que buscava utilizar efeitos gráficos, aproximando a linguagem e o design.
Na verdade, o poema visual, já existia antes disso, mas só depois do Modernismo é que foi aceito como poema.
Portanto, poema visual, é aquele que mistura as duas linguagens: verbal e não verbal, além da disposição e da forma das palavras, afim de associar o que está posto com o sentido do texto.
CONCRETISMO E SEUS PRINCIPAIS REPRESENTANTES
O Concretismo surgiu em 1953, primeiramente na música, depois na poesia e, por último,  nas Artes Plásticas. Nas obras surgidas no movimento, não há intimismo nem preocupação com o tema, seu intuito era acabar com a distinção entre forma e conteúdo e criar uma nova linguagem.
Sua máxima expressão mundial é o grupo concretista de São Paulo, fundador da Revista "Noigandres", na década de 1950, liderado pelos irmãos Campos (Augusto de Campos e Haroldo de Campos), Décio Pignatari e José Lino Grunewaldt.
A partir da década de 1960, poetas e músicos do movimento passaram a se envolver em temas sociais, surgindo várias tendências pós ou neo-concretistas, entre eles Ferreira Gullar, o poema-práxis e Paulo Leminski.






terça-feira, 15 de maio de 2012

O texto teatral


ORIGEM:
A história do teatro remonta desde a Grécia antiga (séc. V a. C.), na qual a representação teatral era concebida como a principal atividade artística. Encenavam-se peças, em especial as tragédias, cujo intuito era conduzir os expectadores à catarse - uma espécie de purificação da alma, dada pela liberação das emoções.
 Com o passar do tempo, novas modalidades foram se incorporando ao gênero dramático, tais como:
As comédias: representações nas quais a temática perfaz-se de fatos circunstanciais e corriqueiros, tendo pessoas pertencentes às classes populares como personagens;
O auto: uma peça curta e de cunho religioso, cuja temática liga-se a entidades abstratas, também chamadas de alegorias (amor, hipocrisia, bondade, virtude, dentre outras);
A farsa: voltada para a sátira dos costumes sociais. 
.
Com o surgimento  das novas modalidades do texto dramático, a catarse foi sumindo e dando lugar ao protesto, às denúncias  das injustiças sociais e reflexões filosóficas sobre a existência humana.
CARACTERÍSTICAS DO TEXTO TEATRAL/DRAMÁTICO:
  • O texto teatral se assemelha ao texto narrativo pois possui todos os seus elementos, exceto narrador;
  • Não há necessidade de narrador, pois a história se desenrola por meio de diálogos;
  • Os diálogos são indicados por meio dos nomes dos personagens, que aparecem em destaque, seja por meio de letras de forma ou em negrito, separados  por um hífen;
  • O discurso empregado nos diálogos é o discurso direto, ou seja, mantém-se a fala original dos personagens;
  • Para explicar  as ações, marcações de cena, expressões faciais e corporais(estado de ânimo) dos personagens, indicar música, figurino, iluminação, etc, escrevemos textos entre parênteses ou em itálico, que são chamados de rubricas;
  • A variedade e o nível linguístico do texto teatral podem variar de acordo com o perfil dos personagens e do contexto;
  • Há a existência do conflito: situação caracterizada por uma oposição e uma luta de vontades entre os personagens, condicionando a plateia/leitor a criar uma expectativa em relação aos fatos presenciados ou lidos.
O AUTO DA COMPADECIDA- ARIANO SUASSUNA
JOÃO GRILO- Ele diz “à misericórdia”, porque sabe que, se fôssemos julgados pela justiça, toda a nação seria condenada.
PALHAÇO- Auto da Compadecida! (Cantando.) Tombei, tombei, mandei tombar!
ATORES, respondendo ao canto - Perna fina no meio do mar.
PALHAÇO- 0i, eu vou ali e volto já.
ATORES, saindo- Oi, cabeça de bode não tem que chupar.
PALHAÇO- O distinto público imagine à sua direita uma igreja, da qual o centro do palco será o pátio. A saída para a rua é à sua esquerda. (Essa fala dará ideia da cena, se adotar uma encenação mais simplificada e pode ser conservada mesmo que se monte um cenário mais rico.) O resto é com os atores.
(Aqui pode-se tocar uma música alegre e o Palhaço sai dançando. Uma pequena pausa e entram Chicó e João Grilo).
JOÃO GRILO- E ele vem? Eu estou desconfiado, Chicó. Você é tão sem confiança!
CHICÓ- Eu, sem confiança? Que é isso, João, está me desconhecendo? Juro como ele vem. Quer benzer o cachorro da mulher para ver se o bicho não morre. A dificuldade não é ele vir, é o padre benzer. O bispo está aí e tenho certeza de que o Padre João não vai querer benzer o cachorro.
JOÃO GRILO- Não vai benzer? Por quê? Que é que um cachorro tem de mais?
CHICÓ- Bom, eu digo assim porque sei como esse povo é cheio de coisas, mas não é nada de mais.
[...]
O TEATRO NO BRASIL
O teatro brasileiro surgiu quando Portugal começou a fazer do Brasil sua colônia (Século XVI). Os Jesuítas, com o intuito de catequizar os índios, trouxeram não só a nova religião católica, mas também uma cultura diferente, em que se incluía a literatura e o teatro.
Aliada aos rituais festivos e danças indígenas, a primeira forma de teatro que os brasileiros conheceram foi a dos portugueses, que tinha um caráter pedagógico baseado na Bíblia. Nessa época, o maior responsável pelo ensinamento do teatro, bem como pela autoria das peças, foi Padre Anchieta.
O teatro realmente nacional só veio se estabilizar em meados do século XIX, quando o Romantismo teve seu início. Martins Pena foi um dos responsáveis pôr isso, através de suas comédias de costumes. Outros nomes de destaque da época foram: o dramaturgo Artur Azevedo, o ator e empresário teatral João Caetano e, na literatura, o escritor Machado de Assis.
ESTRUTURA DO TEXTO TEATRAL
  • Geralmente, o texto teatral apresenta a seguinte estrutura:
  • Título;
  • Rubricas;
  • Diálogos.
  • Nas rubricas, temos as indicações de cenas, de entrada dos personagens e todas as informações técnicas para a equipe envolvida  na montagem da peça.

Receita Culinária-6º ano

O gênero injuntivo:
A injunção ou texto injuntivo é uma tipologia textual, assim como a narração e a dissertação.
Ela indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo. Ex: Previsões do tempo, receitas culinárias, bulas de remédios, médica,  manuais, leis, convenções, regras, etc. receita
Obs: O texto falado pelo GPS também pode ser considerado um texto injuntivo.
Estrutura da receita culinária:
  • Apresenta título, sempre se tratando de algum alimento a ser preparado;
  • Apresenta duas partes: Ingredientes e modo de preparo;
  • Ingredientes: Apresenta os itens necessários para a execução da receita, acompanhados de suas medidas exatas. Essas medidas podem ser  apresentadas em gramas, quilos, colheres ou xícaras;
  • Modo de preparo: É o passo a passo da receita. Nele encontramos uma linguagem clara e objetiva. Os verbos aparecem no modo imperativo ou no infinitivo;
  • A receita pode apresentar elementos extras também, como rendimento da receita, tempo de preparo, nível de dificuldade, entre outros dados importantes para quem pretende executar a receita.
 Receita alternativa:
 A culinária alternativa procura aproveitar todas as partes dos alimentos, inclusive o que normalmente é descartado como: caule, talos, cascas, folhas e sementes.
Exemplo: 
Bolo de casca de banana:
INGREDIENTES
02 xícaras de casca de banana madura;
04 claras em neve 03 xícaras de farinha de trigo;
02 colheres de fermento em pó;
04 gemas;
02 xícaras e meia de açúcar;
05 colheres rasas de margarina Canela em pó para polvilhar.
MODO DE PREPARO
 _ Bata no liquidificador as cascas de banana com meia xícara de água. Reserve;
 _ Na batedeira, coloque a margarina, a gema e o açúcar, batendo até ficar homogênea, misture as cascas de banana batidas, a farinha e o fermento;
_ Por último, às claras em neve, polvilhando com a canela antes de ir ao forno;
_ Leve ao forno untado. Assar durante 30 ou 35 minutos. 
 




terça-feira, 8 de maio de 2012

Títulos e legendas-7º ano

Título

Elemento essencial na notícia jornalística. Ele tem função de orientar, despertar a curiosidade do leitor, cativá-lo e prendê-lo, ou em outros casos, pode ser o responsável pelo contrário. O título também pode desempenhar uma função factual e de chamada quando resumindo as linhas fundamentais do texto, passa a desenvolver funções da natureza  eminentemente práticas.
O título também exerce as funções poética e prática, quando mais que resumir o texto, ele procura deixar o leitor em dúvida, seduz, cria expectativa, fazendo com que assim, ele se interesse pela leitura.
 
O título também possui uma ligação anafórica quando funciona como lembrete  de  uma   informação   conhecida,  remetendo   a   um   elemento   anterior,  não   enunciado   no texto, mas presente no espírito do leitor.
Por outro lado, o título também  tem uma ligação catafórica quando estabelece uma relação "com aquilo que se segue, induzindo a uma dada leitura do texto" (p. 52). Nesses casos, o título se explica durante o texto, de forma que o leitor só conseguirá compreendercompletamente o título após a leitura do texto.
Características do título:
 
§O título deve, necessariamente, ter relação com o conteúdo informativo da notícia que se segue;
§ Deve ainda ser acessível ao seu público alvo. Essa característica é de grande importância quando   pensamos   na   ligação   anafórica   que  o  título   pode  fazer  com  o  conhecimento   prévio   do leitor;
§Os   títulos   não   devem   ser enigmáticos, pedantes, acessíveis apenas ao seu autor e ao Altíssimo;
§É que os títulos apresentam, no caso dos jornais impressos, uma função estética, de forma que quebram a monotonia dos textos e colunas.
Legenda 
Recurso essencial de edição. A legenda não é colocada sob a foto apenas para descrevê-la, embora não possa deixar de cumprir  essa  função.  Por  ser  um  dos  primeiros  elementos  da página que atrai o leitor, merece tanto cuidado quanto os títulos. Deve ser atraente e conquistar a atenção.
A  boa  legenda  também  esclarece  qualquer  dúvida  que  a  foto
possa  suscitar.  Deve  salientar  todo  aspecto  relevante  e  dar
informação adicional sobre o contexto em que ela foi tirada. Não
deve  simplesmente  descrever  aquilo  que  qualquer  leitor  pode
ver por si só
.

A  legenda  fotográfica  deve  atender  à  curiosidade  do  leitor,  que
deseja saber o que ou quem aparece na foto, o que está fazendo,
onde está. Sempre que for cabível, deve usar verbo no presente
(o presente do momento em que a foto foi tirada).